De médico cirurgião para estilista supervalorizado
- Camila Valgas
- 16 de out. de 2017
- 2 min de leitura

Formado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e especializado em traumatologia do esporte, Oskar Metsavaht, criador e diretor criativo da Osklen, trabalhou como ortopedista por anos no Hospital Souza Aguiar na capital carioca.
O caminho para o mundo da moda - um pouco fora dos trilhos comuns - começou porque o gaúcho, natural de Caxias do Sul, era apaixonado por esportes radicais. Resolveu começar a confeccionar peças para o frio extremo usado no snowboarding.
Não deu muito certo: em pleno calor do Rio de Janeiro, o ex-médico quase passou por duas falências durante os anos 90. Resolveu deixar de lado o mood esportista para explorar criações "comuns" e voltadas ao público feminino.
Conhecido hoje por traduzir bem a "brazilian soul", como o próprio define seu estilo, Metsavaht afirma que suas peças exploram o bem-estar, já que "ser feliz ou parecer feliz é a grande aspiração do século XXI". Criada em 1989, a marca se firmou em cima da imagem real de leveza, com ar de verão e pureza.
Contudo, Oskar é um dos estilistas mais criticados por seus concorrentes e profissionais do ramo da moda. A supervalorização e os preços abusivos da grife são pontos recorrentes quando ela entra em pauta.
Apesar disso, a sensibilidade artística do diretor criativo não pode ser subestimada. Com aptidão para encontrar sua voz em diversos segmentos de arte, ele - além de comandar uma marca que está presente nas maiores metrópoles do setor da moda - foi o responsável por todas as obras que aparecem no longa Soundtrack.
No filme, Selton Mello interpreta o protagonista como ator, enquanto o comandante da Osklen externaliza sua visão como artista. Confira o trailer:
As obras de Oskar do filme também foram tema de uma exposição do museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.
“Tive que me despersonalizar, o que um ator normalmente faz. Eu fiz as fotos, mas precisava pensar como esse artista, o personagem, faria seus autorretratos dentro de um processo de crises existenciais. Ele vai se apagando ao longo do filme. Estudei autorretratos de Rembrandt, Francis Bacon, Van Gogh, Frida Kahlo, Andy Warhol. Passei a entender muito mais sobre isso”
Será que podemos esperar mais experiências dramatúrgicas, cinematográficas e fashionistas de Oskar Metsavaht?
Comments